O primeiro semestre foi marcado por uma série de acontecimentos impactantes para o varejo farmacêutico como um todo. Como pelo período pós-festas que diminui o movimento no comércio e pelo Carnaval no início do mês, que incentivou viagens e contribuiu para a procura de produtos, como: protetores solares, repelentes, bronzeadores, itens de cuidado para a pele em geral, energéticos, preservativos e o conhecido “kit ressaca”, composto por sais de fruta, isotônicos, analgésicos e anti-inflamatórios.
Surtos de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, como Dengue, Zika vírus e Chikungunya aumentaram a busca por analgésicos, antipiréticos e isotônicos. A temporada de queimadas fez crescer a demanda por produtos respiratórios, como: inaladores, nebulizadores, descongestionantes e medicamentos para doenças respiratórias como asma e bronquite. Enchentes no Rio Grande do Sul impactaram a economia de forma geral, entre outros eventos que tiveram impactos tanto negativos quanto positivos.
O varejo farmacêutico cresceu 5,0% em comparação com o mesmo período do ano anterior no primeiro semestre. O crescimento do segundo trimestre foi de 6,1%, demonstrando o impacto positivo dos meses de abril, maio e junho.
Maio foi o mês de maior crescimento nos seis primeiros meses de 2024, com 7,2% de aumento no faturamento em relação ao mesmo mês do ano anterior, muito por conta do aumento no preço médio dos produtos de 5,2%, incentivado pelo reajuste anual dos preços dos medicamentos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) de 4,43%, que entrou em vigor no dia 1º de abril e foi implementado quase que em sua totalidade a partir da segunda semana do mês.
Junho ainda apresentou bons números no comparativo mês a mês do ano anterior, devido à chegada das primeiras frentes frias de maior impacto nas temperaturas nas últimas semanas.
Apesar do reajuste anual da CMED ter sido o menor dos últimos cinco anos, é importante entender o impacto no orçamento familiar das classes de renda menores, que representam a maior parte da população brasileira e acabam procurando por produtos mais baratos, como genéricos e similares, ou por PDVs que conseguem manter os preços abaixo do teto estabelecido.
Nesse sentido, é importante destacar o trabalho dos programas de fidelização de clientes, uma vez que, com os aumentos nos preços pesando cada vez mais no bolso, o consumidor irá sempre procurar por mais vantagens, como descontos e facilidades no pagamento. Isso fica cada vez mais claro ao compararmos os números de fidelizados, com um crescimento de 14,6% no faturamento e 5,1% no ticket médio, com os números de não fidelizados, com queda no faturamento de 11,0% e de 1,7% no ticket médio.
Cabe ressaltar também que o IFEV apresentou crescimento constante durante todo o ano de 2024, demonstrando que o shopper fica mais propenso a aumentar seu ticket médio quando encontra boas condições.
Para o próximo semestre, no começo, a demanda nas farmácias ainda estará relacionada à estação do inverno durante os meses de julho e começo de agosto, que, junto com temperaturas mais frias, acontecem campanhas de vacinação contra gripe e outras doenças sazonais, aumentando a procura por medicações relacionadas ao tratamento dessas doenças, como MIP-OTC para gripes, resfriados, febre e dor.
Agosto foi o mês dos pais, o que pode ser uma oportunidade para venda de perfumaria e dermocosméticos de cuidados masculinos. Outros meses de bastante relevância para o varejo farmacêutico são setembro e outubro, por serem boas oportunidades para o lançamento de conteúdo afetivo e de conscientização sobre saúde mental e câncer de mama.
No cenário geral, até o início do verão, no fim de setembro, a baixa umidade relativa do ar e as grandes diferenças de temperatura dentro de um mesmo dia deverão prevalecer, o que deverá manter a procura por hidratantes, protetores labiais, produtos e medicamentos para o sistema respiratório, além de suplementos e vitaminas no varejo farmacêutico.
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