O primeiro trimestre de 2024 do varejo alimentar apresentou crescimento acima de 8% em todos os canais na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Os segmentos de supermercados tiveram seu crescimento apoiado no aumento da quantidade de tickets e no crescimento do preço médio, enquanto o atacarejo, com diminuição do preço médio, apresentou crescimento apoiado no aumento de clientes e na quantidade de itens no carrinho.
O mês de janeiro foi o mais sensível na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apresentando o menor crescimento entre os três meses do primeiro trimestre, já que os gastos dos lares no varejo diminuem devido ao pagamento de despesas extras, como: IPVA, IPTU, matrículas e material escolar.
Fevereiro, mês do Carnaval, apresentou crescimento em relação ao ano anterior, com 2024 se beneficiando pela data sazonal cair mais próxima do quinto dia útil, período de pagamento da maioria dos consumidores o que aumenta o fluxo no varejo como todo. Os canais de preferência foram os supermercados de 1 a 4 checkouts e o atacarejo, o primeiro pela proximidade e o segundo pela compra em volume.
O mês de março de 2024 teve uma performance atípica, já que esse ano contemplou o final de semana da Páscoa, uma data sazonal que costuma cair em abril. Os canais de supermercado apresentaram crescimento em patamar maior que o atacarejo, principalmente os supermercados com mais de 10 checkouts, com crescimento de 11,2%. Essa preferência está associada à oferta de maior variedade de produtos relacionados à cesta da Páscoa, como: chocolates, ovos de Páscoa e peixes.
Com a Páscoa de 2024 no primeiro trimestre, abril de 2024 irá apresentar um desempenho mais estável em relação ao mês anterior e o mesmo mês do ano anterior.
Apesar da alta demanda para flores no mês de maio, a data é sensível para o varejo alimentar já que há alto consumo nos outros segmentos de varejo direcionado a vestuário e acessórios femininos, como serviços de restaurante para realizar o almoço no domingo das Mães.
Ainda para o mês de maio é importante o varejista se atentar aos aumentos de preços nas categorias de FLV, além de frango, leite e outras, em decorrência das mudanças climáticas e das enchentes no Rio Grande do Sul que trouxeram grandes prejuízos ao agronegócio da região. Esses aumentos certamente terão impactos importantes no bolso do consumidor que fará com que ele busque por itens de substituição e fique mais propenso a pesquisar preço antes de comprar.
Apesar desse fator no Rio Grande do Sul, há boa expectativa para o segundo trimestre com o início das Festas Juninas, que acontecem em junho e julho, com o primeiro mês sendo mais importante devido à presença das datas comemorativas dos três santos tradicionais do período: dia 13 Santo Antônio, 24 São João e 29 São Pedro. Porém, as festas se estendem no formato de quermesse no mês de julho.
O período traz oportunidades para a demanda dos produtos típicos, com destaque para Canjica, Pé de Moleque e Paçoca, que apresentam faturamento médio mensal no período acima da média mensal do ano, com aumentos de 131%, 106% e 79%, respectivamente. Vinhos de mesa para preparo do vinho quente, amendoim e pipoca também têm sua importância, já que as três categorias juntas representam quase 70% do faturamento da cesta.