O início do ano foi marcado pela realização do “NRF 2025: Retail’s Big Show” em Nova York, o maior evento global do setor varejista. Ao longo da conferência, representantes da Rock Encantech marcaram presença em palestras e visitas técnicas e compartilharam insights sobre o que acompanharam.
O tema inteligência artificial foi um dos destaques do evento, abordando a sua evolução nos últimos anos e as tendências de utilização para o varejo. O uso de dados para a adaptação às necessidades e perfis do shopper foi outro tema explorado.
No último dia, o CEO de CRM & Ciência do Consumo da Rock Encantech, Fernando Gibotti, realizou a palestra “Os principais ativos do varejo: pessoas e dados” em um evento exclusivo do Grupo Varejo 180.
Confira a seguir alguns dos principais highlights da participação da Rock Encantech no NRF 2025.
Sobre o NRF 2025: Retail’s Big Show
National Retail Federation (NRF) Retail’s Big Show significa, em tradução livre, “Federação Nacional do Varejo: O Grande Show do Varejo”. Esse evento ocorre anualmente nos Estados Unidos e é amplamente reconhecido como o maior do segmento varejista.
Maior associação comercial do mundo, a NRF é a responsável pela organização do evento. Fundada em 1911, ela reúne lojistas dos mais diversos segmentos do mercado varejista norte-americano. Esse setor é o principal empregador privado dos Estados Unidos.
Neste ano, mais de 40 mil pessoas e 5 mil marcas de todo o mundo se reuniram em Nova York, durante vários dias de aprendizado sobre as últimas tendências do setor, inovações tecnológicas e desafios para o futuro.
Insights de palestras do NRF
O NRF 2025 contou com mais de 1.000 expositores e mais de 100 sessões, envolvendo palestras e apresentações de cases. A equipe da Rock Encantech acompanhou algumas delas.
O CEO de CRM & Ciência do Consumo da Rock Encantech, Fernando Gibotti, afirmou que as palestras reforçaram que o varejo está deixando o estágio de conhecer os clientes e entrando na fase de compreender os clientes. Isso representa mais oportunidades para atender os shoppers e suas necessidades de forma assertiva. Ele ainda destacou o papel da inteligência artificial no processo de personalização.
“Tivemos uma visão muito bacana da transição de algoritmos tradicionais para algoritmos suportados por inteligência artificial e que farão parte da próxima geração de plataformas. O que é bacana é que utilizando inteligência artificial sobre grande base de dados, o poder de personalização vai se tornar ainda maior”, afirmou Gibotti.
O Diretor de Tecnologia e Produtos, Thiago Simonato, assistiu à palestra promovida pela vice-presidente de Customer Insights do Walmart, Jennifer Acerra, que trouxe os três Cs importantes para o futuro do varejo:
- Curiosidade para buscar soluções explorando dados;
- Colaboração entre as áreas de tecnologia para melhorar efetividade;
- Coragem para ter ímpeto e resiliência para desbravar a imensidão de dados disponíveis e convertê-los em bons frutos.
“Uma coisa que eu percebi bastante neste ano é que muito está se falando de IA, mas o pano de fundo para tudo isso são os dados. Os CEOs palestrantes falam muito sobre como estão se organizando e os investimentos que estão sendo feitos para ter mais dados disponíveis e de qualidade, além de como eles podem ser utilizados em prol do negócio”, afirmou Simonato.
O Diretor de Farma da Rock Encantech, Marcelo Vienna, citou quatro tendências observadas no NRF sobre a utilização de IA:
- Alavancar o processo criativo de produção de conteúdo escrito e visual;
- Melhora na precisão de forecast, com varejistas tendo melhores projeções de vendas e produtos com maior demanda;
- Aumento da performance dos colaboradores, que poderão focar em atividades que apenas o humano pode fazer;
- Capacidade de simular situações, reduzindo o risco de implementação de novas ideias.
“A ideia de trazer inteligência artificial para dentro dos nossos negócios precisa ser capitaneada e feita pela cúpula da empresa. Se os donos ou a diretoria não tiver comprado essa ideia, nada vai acontecer. Esse é um trajeto de resiliência, investimento e de aprendizado muito importante e por isso precisa do patrocínio da alta gestão”, comentou Vienna.
Visitas técnicas no NRF
Ao longo do NRF, os representantes da Rock Encantech também participaram de visitas técnicas em Nova York. Confira os insights de algumas dessas visitas:
Innovation Center da Amazon
A Diretora de Marketing e Consultoria, Camila Coatti, visitou o Innovation Center da Amazon logo nos primeiros dias de NRF.
“É onde está localizado todos os laboratórios de desenvolvimento da Amazon e os novos produtos que serão lançados. Tivemos acesso antecipado para conhecer algumas das soluções apresentadas no NRF”, afirmou.
Uma das ferramentas tecnológicas apresentadas foi “Leonardo”. Nela, a pessoa faz o desenho de um produto e logo em seguida é gerada uma imagem pronta com base naquele desenho. Em poucos segundos, o produto já pode estar disponível de forma online para venda.
Stew Leonard’s
Thiago Simonato visitou o supermercado Stews Leonard´s. A rede atua regionalmente em Nova York e se reinventou para competir com as gigantes do varejo alimentar. A visita revelou estratégias valiosas que podem inspirar o mercado brasileiro .
A primeira delas é a experiência imersiva de compra. O layout é diferente dos supermercados tradicionais, contando com corredores curvos e animatronics. A ideia é criar um ambiente único e memorável, fazendo com que o shopper se sinta passeando por uma fazenda.
Para ajudar ainda mais na imersão, o Stew Leonard’s aposta em produtos frescos de produtores locais. Segundo Simonato, 70% do inventário da marca é composto por itens de produção própria.
A construção desse tipo de identidade ainda com fatores como etiquetas personalizadas, que contam histórias sobre os produtos e produtores, criando uma conexão com o consumidor que é convertida em fidelização.
Westside Market NYC
O CEO CRM & Ciência do Consumo, Fernando Gibotti, visitou o supermercado Westside Market NYC. A loja passou por um processo de adaptação após entender as características dos seus shoppers.
“O entorno aqui da loja tem uma população mais envelhecida, então eles perceberam a necessidade específica desse público e fizeram um investimento muito grande em produtos prontos, que atendem a necessidade individual”, explicou Gibotti.
O case reforça a importância do varejista compreender as áreas de influência da loja e adaptar o mix da melhor forma possível para atender as necessidades dos consumidores.
Ativos do varejo: pessoas e dados
Fernando Gibotti promoveu uma palestra em um evento exclusivo do Grupo Varejo 180 em Nova York. O tema foi “Os principais ativos do varejo: pessoas e dados”, em que Gibotti cita quatro fatores que impactarão no varejo alimentar em 2025 e 2026:
- Aspectos econômicos;
- Transformações demográficas;
- Mudanças de comportamento do consumo;
- Aumento da concorrência.
Ao longo da palestra, Gibotti falou sobre as mudanças nas características da população, que deve envelhecer nos próximos anos. Além disso, as famílias estão ficando menores e, consequentemente, vivendo em imóveis menores. Esses fatores impactam diretamente no comportamento de consumo.
Segundo Gibotti, as estratégias nos modelos comerciais têm mais força na indústria do que no varejo. Uma das ações mais vantajosas é o compartilhamento de dados entre os varejistas, para que as compras sejam melhores e mais favoráveis ao consumidor final.
Outra estratégia relevante é o uso de benefícios e cashback para os consumidores. Quando há menos dinheiro disponível, o retorno de parte do valor gasto faz uma diferença significativa, permitindo que seja reutilizado em futuras compras.
“Quanto à transformação demográfica, é fundamental adequar os formatos das lojas. Pessoas mais velhas têm hábitos diferentes dos jovens, e isso se reflete em uma busca crescente por lojas menores, próximas de casa, com menor área física e um mix de produtos mais assertivo”, afirmou.
A análise de potencial das lojas também é essencial. Muitas vezes, varejistas focam em abrir novas unidades, mas não exploram todo o potencial de faturamento das lojas já existentes.
Pequenos ajustes, como melhorias no estacionamento, check-out e mix de produtos podem gerar aumentos significativos no faturamento e margens.
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